Para muitas famílias, chegar ao fim do mês é complicado, sobretudo devido à falta de educação e organização financeira. Na verdade, muitos, quando recebem o seu salário, deixam-se levar pela inércia, pagam as suas contas, usam o cartão e, a meio do mês, não sabem para onde foi o seu dinheiro, algo que pode mudar com cinco hábitos essenciais. há uma série de hábitos que podem ajudar a melhorar a saúde financeira de muitos consumidores. «A chave é organizar as finanças mensais no dia 1 do mês, para ter capacidade suficiente para fazer face a todas as despesas e poupar», explicam fontes do comparador.
1. Despesas básicas
O primeiro passo para organizar as finanças do mês é calcular quanto dinheiro é necessário para cobrir as despesas básicas. E quais são essas despesas essenciais? O aluguel ou a hipoteca, a cesta básica, os serviços domésticos, o transporte ou os seguros. O objetivo é, por um lado, reservar todo o dinheiro necessário para pagar o essencial e, por outro, que o valor total não ultrapasse 60% da renda total. “Se ultrapassar esse valor, convém cortar o máximo possível. Podemos mudar de ginásio, procurar uma tarifa de Internet mais barata ou abastecer combustível numa estação de serviço mais económica». Esse dinheiro pode ser mantido numa conta corrente e usado exclusivamente para esse fim, enquanto o restante dinheiro, destinado a poupanças ou lazer, pode ser reservado.
2. Poupança para emergências
Depois de cobrir as despesas básicas, é hora de destinar uma parte do salário para construir um fundo de emergência. O objetivo é ter poupanças suficientes para enfrentar imprevistos sem colocar em risco as finanças mensais, algo que nem todos podem fazer. Em 2024, 35,8% da população não tinha capacidade para enfrentar despesas imprevistas, de acordo com o INE. E quanto deve ser esse fundo? Os especialistas do comparador HelpMyCash recomendam ter uma poupança equivalente às despesas básicas de três a seis meses. «Se, por exemplo, precisamos de 900 euros por mês para pagar o aluguer, a eletricidade, a comida e o telemóvel, devemos ter uma poupança com um mínimo de 2.700 euros e um máximo de 5.400 euros», indicam.
«Não é aconselhável guardar esse dinheiro na conta do dia a dia. O objetivo é não mexer nele e, para isso, é melhor não o ver. Esse dinheiro deve ser mantido separado num produto muito líquido que renda juros, como uma conta», explicam. Neste momento, as melhores contas remuneradas permitem obter uma taxa de juro superior a 2% TAE.

3. Cancelar dívidas
As dívidas custam dinheiro e algumas custam muito. Um exemplo: dividir um pagamento de 2.000 euros em doze mensalidades com uma taxa de juros de 18% custa 200 euros em juros. Essa é a taxa média de juros dos cartões de crédito, de acordo com o Banco. É importante localizar todas as dívidas e dar prioridade às que têm juros mais altos. Depois de destinar uma parte do salário para financiar as despesas básicas e outra para construir um fundo de emergência, convém dedicar algum dinheiro para acelerar o pagamento das dívidas, sempre que possível. É possível fazer amortizações antecipadas das dívidas mais caras ou aumentar a prestação mensal do cartão de crédito.
4. Começar a poupar
Depois de pagar o essencial, é hora de poupar para o futuro, sempre que sobrar dinheiro. Pode ser para comprar um carro, para se tornar proprietário de uma casa ou para dar um mimo a si mesmo. É aconselhável poupar no início do mês e não no final, e uma forma fácil de o fazer é programar uma transferência automática para uma conta poupança. Na verdade, a forma mais simples de cumprir estes objetivos é fazer várias transferências no dia do pagamento do salário (uma para poupar, outra para constituir o fundo de emergência, outra para saldar dívidas).
5. Destinar uma parte para as restantes despesas
Priorizar as despesas essenciais, as poupanças e as dívidas é fundamental para ter uma boa saúde financeira. Depois de fazer isso, pode-se destinar uma parte do salário para despesas relacionadas com o lazer. «Se priorizarmos primeiro o resto, só gastaremos o que podemos permitir, enquanto que se fizermos o contrário (poupar no final), será mais fácil ultrapassarmos os limites». O dinheiro que ficar disponível depois de ter organizado todo o mês pode ser transferido para outra conta, assim não haverá possibilidade de gastar mais do que o necessário.
