O consumo de ovos atingiu um nível recorde e posiciona-se como substituto da carne

O ovo tornou-se o segundo alimento mais importante na dieta dos argentinos. O consumo de ovos atingiu este ano uma marca histórica de 380 unidades por pessoa. Trata-se de uma proteína que, além dos seus benefícios, atua como substituto da carne, que é inacessível para muitos argentinos.

Javier Prida, disse que o ovo se posiciona como o segundo alimento mais importante na dieta dos argentinos, superado apenas pelas carnes vermelhas e acima do leite. “Apesar da concorrência de proteínas como lentilhas e frango, o ovo é a primeira opção para os consumidores que buscam alternativas à carne”, precisa o estudo.

Crescimento no consumo e mudança nos hábitos de compra

30% dos lares argentinos aumentaram o seu consumo no último ano, superando os 15% registrados em 2023. O consumo médio por lar é de 6 a 12 unidades por semana, e a principal razão para este aumento é a sua acessibilidade económica, sendo a opção proteica mais barata. 

Vale mencionar, nesse sentido, que, de acordo com o Instituto de Promoção da Carne Bovina, a carne aumentou 31,4% no acumulado do ano, acima da inflação, e acumulou um aumento de 56,6% nos últimos 12 meses. Atualmente, o preço médio por quilo é de $12.141.

O estudo registou um aumento de 10% na quantidade de famílias que consomem entre 12 e 18 ovos por semana, o que demonstra que há um segmento que aumentou significativamente o seu consumo. O consumo cresceu mais notavelmente entre os homens e as faixas etárias de 20 a 35 e 50 a 65 anos, que impulsionaram a tendência.

39% dos consumidores incluem ovos nas refeições para o trabalho, o que representa um aumento de 17% em relação a 2023, associado ao regresso presencial.

«A principal motivação para o aumento do consumo é o hábito alimentar e a acessibilidade dos ovos como uma proteína económica e acessível», afirma o relatório da CAPIA.

As preferências de consumo sofreram alterações notáveis. Os ovos cozidos agora ocupam o primeiro lugar, depois de terem estado na sétima posição, enquanto as saladas com ovo subiram da nona para a segunda posição. Em contrapartida, os ovos fritos caíram para o oitavo lugar na lista de preferências. Atualmente, 23% dos consumidores optam por comprar ovos em mercearias por motivos de conveniência, e a proximidade deixou de ser o principal critério de compra.

Produção

São produzidos mais de 18,2 mil milhões de ovos por ano, o que permite abastecer o mercado interno e exportar para mais de 65 destinos. Prida afirmou que o ovo é «a proteína mais completa, saudável, ecológica, versátil e económica que o consumidor tem na Argentina». No setor, há quase 60 milhões de galinhas poedeiras, são gerados mais de 30.000 empregos e o faturamento ultrapassa os US$ 2,2 bilhões, com exportações que giram em torno de US$ 50 milhões. Por sua vez, são produzidos 571 ovos por segundo em todo o país.

Alerta por contrabando

Meses atrás, a CAPIA havia alertado sobre a entrada diária de 550.000 ovos no país em situação de contrabando. De acordo com a entidade, a maioria dos produtos é originária do Brasil, Bolívia e Paraguai, e observa-se um aumento constante há aproximadamente dois meses. Um dos elementos que permitiu detectar a magnitude do contrabando foi o tipo de embalagem utilizada. A preocupação abrange aspectos económicos, sanitários e sociais.

É por isso que, juntamente com o governo, foi criada uma comissão de acompanhamento com o diretor nacional de segurança territorial para tratar do problema e gerar uma articulação com as autoridades, indicaram na entidade. Na CAPIA, indicaram que a mercadoria estrangeira elude impostos, controlos bromatológicos e custos laborais, entre outros fatores. Essa situação gera uma concorrência desleal que afeta sobretudo os produtores de menor escala, que operam com margens ajustadas.

Alisia Pereira/ author of the article

Escrevo artigos, partilho ideias simples que tornam a vida mais fácil.

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