Sistema ecológico inovador utiliza cápsulas biodegradáveis com sensores de humidade que garantem a germinação mesmo em solos erodidos pela mineração e incêndios Na região de San Martín, foi lançada uma campanha ecológica inovadora, na qual a tecnologia se une à natureza para restaurar as florestas perdidas em consequência de incêndios florestais. Com a ajuda de drones equipados com cápsulas de restauração, o projeto visa restaurar mais de 2.000 hectares de áreas degradadas na selva peruana, o que é um passo importante na luta contra o desmatamento e as alterações climáticas.
Esta iniciativa, promovida pelo Ministério do Ambiente (Minam) e liderada pelo Instituto de Investigação da Amazônia Peruana (IIAP), faz parte da Campanha 2025 para a restauração de áreas afetadas por incêndios florestais com cápsulas de restauração. O lançamento oficial ocorreu no centro de Pobado Santa Rosa San Juan de Cumba, com a participação de autoridades locais, pesquisadores, professores e moradores comprometidos com a preservação das florestas amazónicas.

Drones e bolas de restauração: tecnologia a serviço da natureza
Durante o evento, especialistas do IIAP demonstraram um sistema que utiliza drones capazes de lançar milhares de bolas de restauração sobre áreas desmatadas e de difícil acesso. Cada uma dessas cápsulas contém sementes de espécies locais, como bolaina branca (Guazuma crinita), quilossis (Piptadenia flava) e shaina (Colubrina glandulosa), misturadas com terra fértil e matéria orgânica para estimular a germinação mesmo em solos inférteis.
Graças a esta tecnologia, é possível recuperar até 50 hectares por dia, acelerando o processo de restauração dos ecossistemas. De acordo com dados do IIAP, entre 2024 e 2025, já foi possível recuperar mais de 1300 hectares em San Martín, Ucayali e Loreto, com uma taxa de germinação superior a 40%. Com a nova campanha, o objetivo é adicionar mais 2000 hectares na Amazônia, ampliando assim o impacto positivo nos ecossistemas tropicais.
A presidente executiva do IIAP, Carmen García Davila, destacou que esta iniciativa representa «uma colaboração entre a ciência, o Estado e a população, como forma concreta de devolver a vida às florestas, que são fonte de água e regulam o clima para as nossas comunidades». Por sua vez, o reitor da Universidade Nacional de San Martín (UNSM), Ricardo Laisa Castaneda, destacou que esta experiência demonstra como «as inovações podem reforçar as medidas climáticas e melhorar a qualidade de vida das famílias da Amazônia».
