O sistema de pagamentos internacionais apresenta alternativas com diferenças importantes para viajantes que procuram minimizar custos fora do país. Viajar para o exterior implica analisar cuidadosamente a forma de lidar com despesas diárias e compras, uma vez que as formas de pagamento escolhidas determinam o valor final de cada transação. Em 2025, a flutuação cambial torna prioritário definir estratégias para operar fora das fronteiras sem incorrer em encargos adicionais elevados, como a sobretaxa sobre bens pessoais e ganhos cobrada pelo uso de cartões para pagamentos em moeda estrangeira.
Entre as opções disponíveis, o uso de cartões assume um papel central por sua praticidade e pela possibilidade de optar entre débito e crédito. A escolha de um ou outro influencia diretamente o tipo de câmbio aplicado e o impacto das sobretaxas fiscais.
A opção mais utilizada nos últimos tempos é pagar com dólares na conta. O pagamento é feito no exterior com o cartão e, no momento do pagamento da fatura, as cobranças são pagas em dólares com notas na conta nessa moeda, compradas previamente com a taxa de câmbio mais conveniente no momento: oficial, MEP ou blue, se for o caso (na última opção, é necessário depositar as notas compradas por essa via alternativa).
As transações com cartões de crédito ou débito no exterior, quando pagas em pesos, são liquidadas pelo conhecido “dólar cartão”. Esse tipo de câmbio incorpora uma sobretaxa de 30% sobre a cotação oficial, o que encarece cada consumo realizado a partir de contas em moeda local.
A alternativa do dinheiro em moeda estrangeira também existe para quem viaja, embora apresente restrições. Conseguir notas no mercado interno pode ser complexo e, além disso, levar grandes quantias de dinheiro em espécie durante a viagem implica riscos de segurança e exposição a eventuais roubos ou perdas.
Diante dessas limitações, o cartão de débito vinculado a uma conta em dólares ganhou destaque como uma saída direta para evitar sobretaxas extras. Essa opção permite pagar compras no país de destino descontando o valor em dólares imediatamente da conta correspondente, desde que o cartão tenha sido configurado para operar internacionalmente.
Usar o cartão de débito em dólares implica algumas etapas prévias importantes.
O primeiro requisito consiste em confirmar que o cartão é internacional e tem pagamentos no exterior habilitados; essa etapa muitas vezes requer coordenação com o banco emissor por meio de um aviso de viagem. Em seguida, é obrigatório configurar o cartão para que as compras e saques sejam debitados da conta poupança em dólares, evitando o débito em pesos, o que dispararia a cobrança extra de 30%.
Em 2025, o quadro tributário alterou o cenário. No final de 2024, o governo eliminou o Imposto PAÍS, mas manteve uma sobretaxa de 30% sobre compras externas liquidadas em pesos, catalogada como adiantamento de impostos nacionais, como Ganancias ou Bienes Personales. Esta medida faz com que muitos viajantes procurem operar diretamente com dólares depositados em contas bancárias, opção que exclui essa sobretaxa e oferece previsibilidade sobre o valor real descontado.
De acordo com as informações recolhidas pela agência, aqueles que têm fundos em dólares enfrentam menos complicações e podem simplificar os seus consumos fora do país, ajustando-se às regulamentações vigentes, mas sem renunciar ao poder de compra.
Em todos os casos, o primeiro passo antes de viajar é verificar a configuração dos cartões e certificar-se de que a conta em dólares tem saldo suficiente para operar no exterior. Outro ponto a ter em conta inclui a análise das comissões aplicadas por levantamentos em caixas automáticas fora uma vez que algumas instituições financeiras cobram sobretaxas específicas.
A escolha entre crédito, débito e dinheiro depende de variáveis pessoais e de planejamento prévio, adaptando cada opção às condições regulatórias e tributárias. Usar o cartão de débito em dólares parece ser a maneira mais direta de evitar sobretaxas, desde que o usuário cumpra os requisitos de habilitação, configuração e disponibilidade de fundos.
Ao analisar os métodos atuais para operar fora verifica-se que cada alternativa oferece vantagens e desvantagens que condicionam o orçamento global da viagem. O segredo está em planear com antecedência e escolher a modalidade mais adequada às necessidades específicas de cada utilizador e à regulamentação atual.