As ações da Nvidia disparam até quase 4,9 biliões de capitalização após a divulgação de novas previsões de vendas

Nem todos os discursos têm o mesmo valor, e esta terça-feira, durante a cimeira que a Nvidia está a realizar na capital dos Estados Unidos, ficou bem claro. A forte subida na bolsa e a rede de alianças que o gigante dos chips tem vindo a tecer para impulsionar as compras dos seus produtos alimentaram as vozes que alertam para uma possível bolha na inteligência artificial. Uma nova previsão de vendas de chips e as palavras do CEO da Nvidia, Jensen Huang, foram suficientes para que o mercado esquecesse toda a cautela e as ações conquistassem novos máximos nunca antes alcançados por ninguém, com uma alta de 4,98%. Como resultado, a Nvidia fechou esta terça-feira em 4,88 trilhões de dólares. Cerca de 4,19 trilhões de euros.

Segundo a Bloomberg, durante a conferência, Huang antecipou que os novos modelos de chips da Nvidia, o processador Blackwell e o modelo Rubin, estão a provocar um aumento sem precedentes nas vendas. O executivo afirma que estes chips estão a caminho de gerar receitas de meio bilião de dólares ao longo dos próximos trimestres. Especificamente, a Nvidia espera entregar 20 milhões de unidades dos seus chips mais recentes. Uma geração antes, com o Hopper, apenas venderam quatro milhões de unidades durante toda a vida útil do processador.

Depois de destacar os acordos que a Nvidia assinou com diferentes empresas, como, por exemplo, os assinados com a OpenAI, a Uber, a Intel ou, nesta mesma terça-feira, com a Nokia, o executivo afirmou que a sua empresa já está noutro nível. «Alcançámos o nosso círculo virtuoso, o nosso ponto de inflexão», proclamou perante os milhares de participantes na conferência. «Isto é algo bastante extraordinário», acrescentou.

Além de enfatizar as formas como a empresa está a ajudar a impulsionar a fabricação de chips em solo americano, Huang quis dar especial ênfase durante a apresentação ao ponto de inflexão que mencionou anteriormente. Segundo o executivo, não só a Nvidia o alcançou, mas toda a indústria de inteligência artificial está nele.

O seu argumento para defender esta ideia e afastar assim os receios de uma bolha é que os modelos de inteligência artificial atingiram tal nível de potência que, agora, os clientes estão dispostos a pagar por eles. Segundo Huang, isso acabará por retroalimentar a indústria e justificar os gastos realizados para a construção de centros de dados.

A Nvidia e os mercados comemoram nesta terça-feira o discurso milionário de Huang. No entanto, a gigante enfrenta desafios como a sua dependência de um pequeno grupo de clientes, como Microsoft, Amazon e Alphabet, e as tentativas de seus concorrentes AMD e Broadcom de tirar parte do seu mercado.

Alisia Pereira/ author of the article

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