Confirma: A Lei da Propriedade Horizontal proíbe a instalação de aparelhos de ar condicionado nas fachadas sem a autorização dos vizinhos. Conheça as exceções e sanções.
Com a chegada do verão e das temperaturas extremas, muitos moradores procuram instalar aparelhos de ar condicionado nas suas casas. No entanto, a Lei da Propriedade Horizontal, publicada no Diário Oficial, estabelece claramente que não é permitido instalar aparelhos de ar condicionado na fachada sem a autorização da comunidade de proprietários.
O artigo 7 desta lei é categórico: «o proprietário de cada apartamento ou local pode alterar os elementos arquitetónicos, instalações ou serviços, desde que isso não prejudique nem comprometa a segurança do edifício, a sua estrutura geral, configuração ou aparência», acrescentando que isso também não pode prejudicar «os direitos de outro proprietário, e tais obras devem ser comunicadas antecipadamente ao representante da comunidade».
Assim, as fachadas são consideradas elementos comuns. Qualquer obra nelas requer o consentimento dos vizinhos, o que limita a instalação de aparelhos de ar condicionado no auge do calor.
O que significa essa proibição para os vizinhos?
O especialista da Millennials Abogados foi categórico num vídeo divulgado nas redes sociais: «A resposta é não». Quando questionado se um vizinho pode instalar um ar condicionado na fachada, ele respondeu que a Lei de Propriedade Horizontal proíbe expressamente isso sem autorização.
O advogado salientou que «o artigo 7.º da Lei de Propriedade Horizontal proíbe os proprietários de fazerem quaisquer alterações, sejam elas em elementos comuns ou privados, se isso violar a estética do edifício». Este critério protege a harmonia arquitetónica do edifício e evita decisões unilaterais que afetam os interesses da comunidade.
Consequentemente, o interesse coletivo em manter a aparência do edifício prevalece sobre as necessidades individuais de cada vizinho em termos de ar condicionado.
Exceções previstas na Lei da Propriedade Horizontal
Embora a proibição seja clara, as normas prevêem exceções. O advogado explicou que «esta proibição terá exceções se pretender instalar o seu aparelho numa zona privada que não afete os elementos comuns da comunidade de proprietários».
Isto significa que o proprietário pode instalar o equipamento em terraços ou pátios internos destinados ao uso exclusivo, desde que isso não afete a estética e os elementos comuns. No entanto, mesmo nesses casos, é recomendável informar a comunidade com antecedência para evitar conflitos ou possíveis reclamações posteriores.
Além disso, a lei permite solicitar autorização oficial à assembleia de proprietários. Para isso, é necessário apresentar um projeto indicando a localização, as características técnicas e o impacto visual do dispositivo, que será submetido a votação na assembleia, de acordo com a maioria dos votos.
Consequências do não cumprimento das regras
A instalação de um ar condicionado na fachada sem autorização pode ter sérias consequências legais. A comunidade tem o direito de exigir a desmontagem imediata do aparelho. Se o vizinho se recusar, os tribunais geralmente decidem a favor da comunidade.
Nesses casos, o tribunal não só ordena a desmontagem do equipamento, mas também pode aplicar multas pecuniárias e exigir que o infrator cubra os custos de reparação dos danos causados aos elementos comuns.
A jurisprudência recente apoia a proteção das fachadas como parte integrante da aparência externa do edifício, reforçando a aplicação rigorosa da Lei da Propriedade Horizontal.
Alternativas legais à instalação de aparelhos de ar condicionado
Apesar destas restrições, existem alternativas legais para o ar condicionado em espaços residenciais. Uma das opções é a utilização de sistemas portáteis ou split, que não requerem a instalação de unidades exteriores na fachada. O equipamento também pode ser instalado em pátios interiores, telhados ou áreas previstas no projeto original do edifício.
Por outro lado, cada vez mais comunidades estão a aprovar regras internas que regulam a localização e as dimensões dos dispositivos, garantindo critérios uniformes. Além disso, os novos edifícios geralmente têm instalações prévias específicas para ar condicionado, o que evita conflitos entre vizinhos.
Estas alternativas permitem cumprir a lei sem renunciar ao conforto térmico, conciliando as necessidades individuais com o respeito pela estética do edifício.