Uma equipa do Serviço Geológico dos Estados Unidos encontrou entre 5 e 19 milhões de toneladas deste mineral crítico sob o solo do sudoeste do Arkansas. Os Estados Unidos poderão deixar de depender das importações de lítio, graças a uma descoberta que parece saída de um filme de faroeste modernizado.
Uma equipa do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) encontrou entre 5 e 19 milhões de toneladas deste mineral crítico sob o solo do sudoeste do Arkansas, escondido em antigas salmouras que estão presas nas rochas há milhões de anos, refere o portal Earth. O lítio é utilizado como elemento energético, no armazenamento de energia e na fabricação de baterias.
Descoberta de jazida de lítio nos Estados Unidos
Katherine Knierim, a hidróloga que liderou a investigação, explicou que há lítio suficiente lá embaixo para cobrir toda a demanda nacional e ainda sobrar. O diretor do USGS, David Applegate, foi além e falou sobre o que isso significa em termos de empregos, manufatura e cadeias de abastecimento que não dependem de outros países.
O tesouro está na Formação Smackover, uma camada rochosa da era jurássica que se estende pela costa do Golfo. Com o tempo, a água se infiltrou entre os seus poros, dissolveu minerais e se transformou em salmoura com concentrações de lítio que, em alguns pontos, chegam a 477 miligramas por litro. Os investigadores recolheram amostras antigas, juntaram outras recolhidas em 2022 e utilizaram um modelo de inteligência artificial para preencher as lacunas onde não havia poços. O resultado foi um mapa regional que cobre cerca de dois quilómetros quadrados por célula e mostra onde estão as zonas mais ricas.
Há lítio suficiente lá embaixo para cobrir toda a demanda nacional. No entanto, eles esclareceram que se trata de uma estimativa do que existe no subsolo, não do que pode ser extraído com a tecnologia atual. A zona já movimenta grandes volumes de salmoura para produzir petróleo, gás e bromo, e em 2022 essas operações retiraram milhares de toneladas de lítio dissolvido que acabaram como resíduos. Aproveitar essa infraestrutura existente poderia facilitar o arranque de projetos de extração direta de lítio, que prometem um impacto ambiental menor do que a mineração tradicional.
Mesmo assim, ninguém sabe ainda se isso funcionará em grande escala ou se os custos o tornarão viável. Os números vêm de medições reais ampliadas com machine learning e publicados na revista Science Advances, com intervalos de incerteza incluídos porque é assim que a ciência funciona quando se trata de prever o que há vários quilómetros abaixo da terra.Recomendamos estas notíciasO que são baterias de sal e por que a China as está a usar para substituir as de lítioAs baterias que já não poderá levar na sua bagagem de porão a partir de agora se viajar para a Europa e os Estados UnidosMais baratas e seguras: o novo tipo de baterias para automóveis que são fabricadas com um ingrediente muito mais comum do que o lítio