Em termos brutos, as reservas fecharam setembro em US$ 40,374 bilhões. Já em termos líquidos, elas ficaram em torno de US$ 6,650 bilhões. As reservas internacionais brutas do Banco Central (BCRA) caíram US$ 748 milhões nesta terça-feira, 30 de setembro, devido a novos pagamentos da dívida e movimentos habituais no final do mês, que geralmente são compensados em grande parte no início do mês seguinte.

Fontes oficiais indicaram ao Ámbito que, durante o dia, foram pagos pouco mais de US$ 120 milhões entre obrigações com o CAF, o BIRF e o Clube de Paris. Na segunda-feira, já haviam sido pagos outros US$ 334 milhões.
Assim, os cofres da autoridade monetária encerraram setembro em US$ 40,374 milhões. Em termos líquidos (ou seja, descontando fundamentalmente as reservas obrigatórias e o swap com a China), as reservas estão em torno de US$ 6,650 milhões.
Mesmo assim, em setembro, o BCRA somou US$ 408 milhões. Além disso, espera-se que nesta quarta-feira recupere pelo menos boa parte do que foi perdido nesta rodada, como ocorre em cada mudança de mês.
A liquidação do setor agrícola não foi suficiente e o dólar voltou a aquecer
Além dessa melhoria, é preocupante que o governo não tenha aproveitado da melhor maneira o fluxo extraordinário de divisas proveniente do campo. Até segunda-feira, o Tesouro havia comprado apenas 44% dos US$ 4,972 milhões que os agroexportadores liquidaram em apenas cinco dias devido à rápida redução das retenções.
Neste contexto, a pressão cambial voltou a aquecer. A taxa de câmbio oficial chegou a atingir $1.450, para finalmente fechar em $1.380 diante de supostas vendas do BCRA por ordem do Tesouro. Mesmo assim, a moeda está mais de 4% acima do fechamento da semana passada.

Enquanto isso, a diferença com os financeiros vem crescendo fortemente desde que a autoridade monetária restabeleceu a restrição cruzada que impede as “pessoas físicas” que compram dólares à taxa de câmbio oficial de vender no MEP e no CCL. Esta decisão teve como objetivo travar um «ciclo» que envolvia indivíduos com elevado poder de fogo, sociedades de bolsa e empresas, reduzindo assim a procura no mercado cambial.
Por outro lado, era previsível que a restrição resultasse num aumento da diferença. Concretamente, o spread entre o mercado grossista e o CCL terminou o dia perto dos 12%, quando há uma semana estava na zona dos 3%.
