Calendário de chuvas de estrelas de novembro de 2025: datas, horários e dicas para vê-las

Novembro de 2025 terá várias chuvas de estrelas. Os amantes da astronomia terão várias oportunidades para ver os meteoros cruzando o céu noturno. Quando, onde e como observá-los? O calendário de chuvas de estrelas surge do trabalho constante de astrónomos que estudam o movimento dos cometas e asteróides e os rastos que deixam na sua passagem ao redor do Sol. À medida que esses corpos viajam pelo espaço, eles liberam minúsculas partículas de poeira e fragmentos de rocha que ficam flutuando em sua órbita. Todos os anos, quando a Terra cruza essas correntes de detritos cósmicos, os fragmentos entram em alta velocidade na atmosfera e se desintegram, criando aqueles flashes luminosos que conhecemos como estrelas cadentes.

Chuvas de estrelas mais importantes de novembro de 2025

Em novembro, há quatro chuvas de estrelas importantes. São elas:

  • Taurídeas do Sul. Provêm do cometa 2P/Encke. São lentas e robustas, conhecidas por produzirem bolas de fogo brilhantes. Esperam-se cerca de 5 meteoros por hora, mas o verdadeiro atrativo são os flashes.
  • Taurídeas do Norte. Também provêm do cometa Encke. São lentas e somam até 10 meteoros por hora. São famosas pela sua elevada percentagem de bolas de fogo.
  • Leonídeas. Têm origem no cometa 55P/Tempel-Tuttle. São rápidas e deixam rastos persistentes. Têm uma taxa de 15 meteoros por hora em condições ideais.
  • Orionídeas do Norte. É uma extensão da chuva de estrelas em outubro, proveniente do cometa Halley. Produz meteoros rápidos, mas fracos, com apenas 2 ou 3 por hora.

Datas e horas de máxima atividade de cada chuva

As melhores horas costumam ser quando o radiante (o ponto aparente de origem) está alto no céu. A atividade máxima dura algumas horas, mas os meteoros podem ser vistos dias antes e depois.

  • As Taurídeas do Sul atingirão o seu pico a 5 de novembro, entre as 2:00 e as 6:00 da manhã. Estão ativas desde o final de outubro até meados de novembro.
  • O pico das Taurídeas do Norte ocorrerá a 12 de novembro. O momento ideal é da meia-noite às 5:00 da manhã. Estarão ativas até dezembro.
  • As Leonídeas atingirão o seu pico a 17 de novembro, das 2:00 da manhã até ao amanhecer. A Lua estará na fase nova, o que será ideal para as observar. Permanecerão ativas de novembro a dezembro.
  • As Orionídeas do Norte estarão ativas até 22 de novembro. O pico aproximado será em 18 de novembro, das 1h às 5h.
  • As chamadas Monocerótidas (AMO) poderão ser vistas de 15 a 25 de novembro. Essa chuva geralmente passa despercebida, exceto em raras ocasiões em que surpreende com breves explosões. O radiante encontra-se em Monoceros, uma constelação que domina o céu nas horas que antecedem o amanhecer.
  • As Andromédidas (AND) serão visíveis de 20 a 30 de novembro. Antiga e discreta, a chuva das Andromédidas poderá deixar alguns meteoros lentos entre 25 e 27 de novembro. Embora não se preveja um aumento notável da atividade, a lua nova do dia 20 deixa o céu perfeito para tentar. Procure o radiante na constelação de Andrómeda, visível durante boa parte da noite.
  • A partir de 28 de novembro, as Fénicidas marcam o encerramento do mês, embora a sua atividade se estenda até os primeiros dias de dezembro. São mais visíveis a partir do hemisfério sul, pelo que quem viajar para latitudes australes poderá ter mais sorte.

Melhores locais e condições para observá-las

A chave para uma boa observação reside em minimizar as interferências e maximizar a escuridão. Opte por locais rurais ou parques nacionais com horizontes amplos e baixa poluição luminosa. Evite as cidades. No hemisfério sul, as Taurídeas são visíveis, mas as Leonídeas perdem brilho. Escolha noites claras, sem nuvens. Leve roupas em camadas e um cobertor. Observe depois da meia-noite, quando os radiantes estão altos.

Os olhos nus são suficientes para ver os meteoros. Lembre-se: a paciência é essencial, pois os meteoros não seguem um roteiro rígido.

Como fotografar chuvas de estrelas em novembro

Capturar meteoros requer técnica e equipamento. Não espere dezenas de capturas; uma boa foto já vale a pena. Anote o que precisa:

  • Equipamento básico. Uma câmara DSLR ou sem espelho com modo manual, montada num tripé. Uma grande angular (14-24 mm); uma teleobjetiva de 50-200 mm. Smartphones com aplicações como NightCap
  • Configuração. Use ISO 800-3200, abertura f/2.8-f/4 e exposições de 15-30 segundos para evitar os rastros das estrelas. Foque manualmente no infinito em uma estrela brilhante. Dispare em rajada ou use o modo bulb.
  • Técnica. Aponte para o radiante, mas um pouco desviado, onde os meteoros deixam rastros mais longos. Use um controle remoto para evitar vibrações.

Curiosidades e mitos sobre as chuvas de estrelas

Em 1833, as Leonídeas produziram até 100.000 meteoros por hora. Isso foi descrito como uma “chuva de fogo” que causou pânico. Em 2025, não se espera uma tempestade (elas ocorrem a cada 33 anos), mas pode haver surpresas. Os gregos as viam como se fossem as almas dos heróis caindo do Olimpo. No Japão, acreditava-se que eram chaves que fechavam as portas do céu. Na cultura maia, elas eram associadas à passagem dos deuses.

Até 10% dos meteoros taurídeos são bolas de fogo. Alguns são tão brilhantes que projetam sombras. Os meteoros ajudam a obter dados sobre a composição dos cometas. Não são «estrelas cadentes», mas rochas do tamanho de grãos de areia vaporizando-se a 70 km/s.

Alisia Pereira/ author of the article

Escrevo artigos, partilho ideias simples que tornam a vida mais fácil.

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