A data da mudança para o horário de inverno já foi oficialmente anunciada: o novo horário de inverno começa neste dia

O fim do verão traz consigo um dos eventos mais importantes do calendário: o novo horário de inverno. Nos meses de inverno, o sol nasce mais cedo e se põe mais cedo. Ao atrasar os relógios em uma hora, o amanhecer chega mais cedo, o que, em teoria, permite aproveitar a luz natural nas primeiras horas do dia e, consequentemente, reduzir os custos com iluminação artificial. No entanto, o argumento da economia de energia perdeu força ao longo dos anos. Ricardo Margalejo, cofundador da Gana Energía, observa que «hoje, os avanços tecnológicos em matéria de eficiência energética e os padrões de consumo em cada família reduziram o impacto desta medida no consumo de energia».

Benjamin Franklin foi um dos primeiros a propor a mudança para o horário de verão no século XVIII. Em 1784, quando era embaixador em França, publicou um texto satírico intitulado «Projeto Económico», no qual sugeria aos parisienses que se levantassem mais cedo para poupar óleo e velas. Já no século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, começaram a ser aplicadas medidas semelhantes para poupar energia. Após a crise energética da década de 70, a prática de mudar os relógios duas vezes por ano tornou-se amplamente difundida. Em Portugal, foi oficialmente introduzida em 1916.

A mudança para o horário de inverno significa atrasar os relógios em uma hora, o que historicamente tinha como objetivo economizar energia através de um uso mais eficiente da luz natural pela manhã.

Embora a ideia da poupança de energia tenha sido popularizada por figuras como Benjamin Franklin e tenha se disseminado amplamente durante a crise do petróleo da década de 1970, hoje em dia o seu impacto é menor. Os especialistas em energia observam que os avanços tecnológicos e a mudança nos hábitos de consumo reduziram significativamente o efeito dessa medida no consumo de energia das famílias.

Quando começa o novo horário de inverno?

O Decreto Real 236/2002, de 1 de março, nos artigos 2 e 3, estabelece que o período de horário de verão em Portugal começa no último domingo de março de cada ano, às duas horas da manhã (à uma hora da manhã nas Ilhas Canárias), quando o horário oficial português é adiantado em sessenta minutos; e termina no último domingo de outubro de cada ano, às três horas da manhã (às duas horas da manhã nas Ilhas Canárias), quando a hora oficial portuguesa será atrasada sessenta minutos».

«Embora a definição das datas em que a mudança de hora deve ocorrer seja inequívoca e obrigatória, o artigo 4.º da Diretiva 2000/84/ CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de janeiro de 2001, estabelece que a Comissão Europeia publicará no Jornal Oficial da União Europeia uma comunicação que incluirá o calendário das datas de início e fim do horário de verão para os cinco anos seguintes; Em 27 de abril de 2021, foi publicado no referido Jornal Oficial o Comunicado da Comissão sobre as disposições relativas ao horário de verão para os anos de 2022 a 2026, inclusive», descreve em pormenor a «Ordem PCM/186/2022, de 11 de março, que publica o calendário do período de hora de verão para 2022-2026» no Jornal Oficial do Estado (BOE).

Em 2025, o novo horário de inverno entrará em vigor ao amanhecer de sábado, 25 de outubro, para domingo, 26 de outubro: às 03:00 horas, será necessário atrasar os relógios para as 02:00 horas. Com a mudança para o horário de inverno em Madrid, por exemplo, o sol nascerá entre as 08:00 e as 08:30 da manhã e se porá entre as 17:30 e as 18:00 horas. Se o horário de verão fosse mantido, o amanhecer ocorreria mais tarde, entre as 09:00 e as 09:30, e o sol se poria entre as 18:30 e as 19:00.

Embora o simples ato de mudar o relógio possa parecer inofensivo, na verdade, o ritmo circadiano depende em grande parte da iluminação natural e dos hábitos de sono, e essa prática pode causar perturbações temporárias. As consequências mais frequentes são: insónia ou dificuldade em adormecer, cansaço, problemas de concentração, falta de energia, irritabilidade e alterações de humor. Os especialistas observam que estes sintomas geralmente duram de três dias a duas semanas, dependendo da pessoa.

Será esta a última mudança de hora?

Nos últimos anos, intensificou-se o debate sobre a necessidade de abandonar esta tradição. Em 2019, a Comissão Europeia propôs a possibilidade de abolir o novo horário de inverno e verão, deixando a cada país a liberdade de escolher qual deles deseja manter. O Parlamento Europeu chegou a marcar 2021 como prazo para a tomada de decisão, mas o debate foi suspenso. Em Portugal, o governo publicou no BOE um calendário oficial que mantém a mudança para o horário de verão, pelo menos até 2026.

«O Conselho ainda não tomou uma posição sobre esta proposta. Para formar a posição do Conselho, é necessária uma maioria qualificada dos Estados-Membros, que também é necessária para apoiar o texto final acordado com o Parlamento Europeu. Por seu lado, o Parlamento Europeu aprovou a sua posição sobre esta proposta em março de 2019: votou a favor da abolição do horário de verão e de inverno em 2021. O Conselho e o Parlamento Europeu devem chegar a um acordo com o objetivo de adotar o ato legislativo necessário para abolir a mudança para o horário de verão e de inverno», observa a Comissão Europeia no seu site.

Alisia Pereira/ author of the article

Escrevo artigos, partilho ideias simples que tornam a vida mais fácil.

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