As botijas continuam a ser uma forma acessível de aquecer e cozinhar em casa, embora muitas vezes nos esqueçamos dos seus potenciais perigos quando não as manuseamos corretamente. Muitas casas têm ou já tiveram em algum momento a clássica botija de gás butano ou propano para alimentar os fogões da cozinha ou um sistema de aquecimento e até mesmo o aquecedor de água.
São relativamente fáceis de manusear e aparentemente inofensivas, o que pode fazer com que nos confiemos ao utilizá-las, trocá-las, movê-las e armazená-las em casa, causando potenciais problemas de segurança. O que é mais importante ter em conta?
Erros típicos ao armazenar e utilizar botijas de butano e propano em casa
Quantas garrafas de butano podem ser armazenadas em casa? É uma questão que muitos de nós já nos perguntámos em mais de uma ocasião e a resposta é que depende do tamanho das mesmas. Atualmente, no mercado, temos garrafas de butano entre 6 e 12,5 kg e garrafas de propano de 11 e 35 kg. E, como salientam os especialistas da Repsol, dependendo da capacidade do recipiente, assim será a quantidade máxima de botijas que podem ser armazenadas:
- Nos recipientes pequenos com capacidade até 15 kg (como, por exemplo, a clássica botija de butano laranja de sempre) não podem ser excedidos os 300 kg, tendo em conta a capacidade total dos recipientes, tanto cheios como vazios.
- Para os recipientes com mais de 15 kg, a capacidade máxima de armazenamento é de 1.000 kg.
Caso, por qualquer motivo, precisemos de uma quantidade superior à estabelecida pela normativa anterior, o que devemos fazer é utilizar um depósito a granel enterrado ou aéreo para o armazenamento do gás.
Os botijões devem ser guardados dentro ou fora de casa? Exceto as de 35 kg, que devem ser guardadas no exterior, as restantes podem ser armazenadas tanto no interior da habitação como ao ar livre, desde que haja boa ventilação, estejam na posição vertical, protegidas das intempéries e sejam mantidas as distâncias de segurança entre recipientes, outros combustíveis, fontes de calor, ligações e outros componentes elétricos. E o gesto típico de deitar a botija para que saia mais gás, pode ser feito ou é um erro? Bem, não é aconselhável fazê-lo. As botijas devem ser mantidas sempre na posição vertical, tanto cheias como vazias. Isto é fundamental para o correto funcionamento das válvulas de segurança e para prevenir fugas de gás, como alerta o Governo.
As botijas de butano são concebidas para serem utilizadas apenas na posição vertical, uma vez que o gás deve sair no estado gasoso para que os dispositivos ligados funcionem corretamente. Isto deve-se ao facto de, no interior da botija, o butano permanecer no estado líquido. Se a garrafa for inclinada mais de 45 graus ou colocada na horizontal, existe o risco de o gás sair no estado líquido, o que pode provocar uma combustão incorreta, incêndios descontrolados ou mesmo explosões.
Além disso, o líquido que é libertado ao inclinar a garrafa pode expandir-se até 200 vezes o seu volume ao evaporar-se, aumentando significativamente o risco de fugas e acidentes. Outros erros comuns são encontrados durante o transporte. Nos camiões de entrega, as garrafas são sempre colocadas na posição vertical, conforme exigido pelo Real Decreto 15/1999, embora às vezes os consumidores as coloquem no porta-malas do carro na posição horizontal, o que não é correto. No artigo 1.2, a norma deixa claro o que nunca se deve fazer:
«É autorizado o transporte de recipientes que contenham gases liquefeitos de petróleo, com capacidade unitária até 15 kg, em veículos de uso particular e com um máximo de dois recipientes, desde que sejam transportados na posição vertical quando estiverem cheios e sejam tomadas as medidas adequadas para evitar a sua queda». Esta norma obriga que tanto as garrafas cheias como as vazias sejam transportadas com a válvula de segurança virada para cima e num máximo de duas garrafas por veículo.